O que fazemos

Entendendo desenvolvimento docente como um amplo leque de atividades que ajudam o docente a “renovar” e a “melhorar” o seu desempenho enquanto professor e como um componente essencial da educação nas profissões da saúde que visa melhorar a qualidade e a efetividade da prática docente, a principal meta de um programa de Desenvolvimento Docente deve ser a de “ajudar professores/educadores a desenvolverem habilidades relevantes para a sua instituição e adequadas à sua posição e às responsabilidades, além de auxiliá-los a manter e sustentar a sua vitalidade enquanto educadores no presente e no futuro”, como nos diz Steinert (2006).

É obrigação de todo curso de graduação na área da saúde formar profissionais capacitados para realizar uma história clínica, o exame físico com proficiência e proceder à análise das situações por meio de adequado raciocínio clínico, tanto no nível individual, quanto no da família ou da sociedade. Para tanto, o currículo dos cursos deve concatenar disciplinas e estágios de modo a facilitar a integração do conhecimento necessário na solução das questões de saúde que atendam às necessidades dos pacientes, da sociedade, sempre respeitando os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). Deste modo é fundamental que cada curso tenha uma estratégia educacional clara, com propostas consistentes que auxiliem os estudantes a alcançarem as competências desejadas ao futuro profissional.

A mudança de paradigma de um currículo fixo e fragmentado em disciplinas para um currículo baseado em competências e que privilegie a avaliação dos resultados esperados (educational outcomes) pode ser considerada a revolução Flexneriana do século 21. Em contraposição à simples transmissão de informação do conhecimento vigente, os projetos educacionais em saúde devem fornecer a infraestrutura e incluir habilidades e competências diversificadas, como comunicação com o paciente, exame físico, busca de informações e treinamento para a tomada de decisões relacionados a promoção, prevenção e cuidado em saúde.

Entendendo que o professor é um dos principais patrimônios que uma escola pode ter, investir no desenvolvimento das habilidades educacionais dos professores deve ser uma prioridade de qualquer gestão acadêmica, tal como está determinado expressamente nas Diretrizes Curriculares para o Cursos de Graduação em Medicina que foram publicadas em abril de 2014:

Art. 34. O Curso de Graduação em MEDICINA deverá MANTER PERMANENTE Programa de Formação e Desenvolvimento da Docência em Saúde, com vistas à valorização do trabalho docente na graduação.

  • PARÁGRAFO ÚNICO. A instituição deverá definir indicadores de avaliação e valorização do trabalho docente, desenvolvido para o ensino de graduação e para as atividades docentes desenvolvidas na comunidade junto à rede de serviços do SUS.

Diretrizes Curriculares para os Curso de Graduação em Medicina-2014

Finalmente, a elaboração e execução de um “Plano de Desenvolvimento Docente” voltados ao ensino e à formação de pessoas é um sinal explícito da crença que a instituição tem na sua força própria de trabalho (seus professores e preceptores). Todos estes aspectos estão contemplados também na missão, visão e valores da FMRP-USP e justificam a criação e estímulo ao desenvolvimento do CDDE da FMRP-USP.